Após o forte impacto causado pela pandemia, o setor de refino de petróleo no Brasil começou a mostrar sinais consistentes de recuperação. Como resultado, em 2022, o país alcançou o maior volume de derivados produzidos desde 2014.

Esse avanço, por sua vez, confirma a retomada gradual da atividade industrial, com destaque para o óleo diesel, combustível essencial para operações logísticas, processos industriais e geração de energia em larga escala.

Refino nacional atinge maior nível em 8 anos

O parque de refino brasileiro produziu 123,5 milhões de m³ de derivados de petróleo em 2022. Desse total, 87% foram combustíveis, o que representa 107,4 milhões de m³.

Os demais 13% correspondem a insumos não energéticos, como asfalto, nafta, coque e lubrificantes, conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) publicados no Anuário Estatístico 2023.

Diesel lidera a produção nacional

Entre os combustíveis refinados em 2022, o óleo diesel manteve a liderança, representando 42,4% da produção total. Foram produzidos 45,5 milhões de m³, distribuídos pelas 18 refinarias em operação no país.

Em comparação aos anos anteriores, esse volume mostra um avanço significativo, já que a média anterior girava em torno de 40 milhões de m³.

Com isso, a demanda crescente por diesel segue impulsionando o setor logístico e reforça a importância de fornecedores capazes de garantir entregas rápidas, seguras e com rastreabilidade.

Gasolina e óleo combustível completam o ranking

A gasolina ficou em segundo lugar, com 28,6 milhões de m³ refinados, o equivalente a 26,6% da produção.
Em seguida, aparece o óleo combustível (ou óleo pesado), utilizado principalmente para geração térmica de energia, com participação de 17%.

Produção de QAV e GLP também cresce

Além dos principais combustíveis, outros derivados também tiveram participação relevante no refino nacional em 2022. O querosene de aviação (QAV) respondeu por 4,5% do total, enquanto o gás liquefeito de petróleo (GLP) — conhecido como gás de cozinha — representou 9,3%.

Ambos os produtos registraram crescimento no período, o que reforça o papel estratégico do parque de refino para atender às diferentes demandas energéticas da economia brasileira, especialmente nos setores residencial, aéreo e industrial.

Capacidade instalada e uso das refinarias

O Brasil fechou 2022 com 18 refinarias em operação, com capacidade para processar 2,3 milhões de barris por dia.
O fator de utilização foi de 84%, o mais alto desde 2015 — reflexo da retomada da demanda no pós-pandemia.

Petrobras ainda domina o refino nacional

Das 18 refinarias, 10 pertencem à Petrobras. Outras quatro, anteriormente da estatal, foram privatizadas nos últimos anos: Rlam (BA), Ream (AM), SIX (PR) e Lubnor (CE).

Mesmo com a redução no número de ativos, a Petrobras ainda respondeu por 92,5% do volume refinado em 2022. As operadoras privadas representaram apenas 7,5% do total.

Importações de diesel e gasolina continuam altas

Apesar do crescimento da produção interna, o Brasil ainda depende de importações para atender a toda a demanda. Atualmente, o país precisa importar cerca de 25% do diesel e 15% da gasolina que consome.

Volume importado atinge recorde na década

As importações de derivados cresceram 5,5% em 2022, alcançando 37,9 milhões de m³ — maior patamar em dez anos.
Desse total, foram:

• 15,9 milhões de m³ de diesel

• 4,3 milhões de m³ de gasolina

• O restante inclui principalmente nafta e GLP

Brasil gasta US$ 25,9 bilhões com derivados

O custo total das importações de combustíveis em 2022 foi de US$ 25,9 bilhões. Desse montante, US$ 14 bilhões foram destinados exclusivamente ao diesel, reforçando a relevância do combustível para o país.

Oportunidades e riscos para o setor

Embora a produção nacional esteja em crescimento, a capacidade de refino ainda não é suficiente para suprir toda a demanda interna de combustíveis.

Por outro lado, o diesel segue como o combustível mais utilizado no país, especialmente em frotas, indústrias, geradores e operações críticas.

Consequentemente, a dependência de importações torna indispensável uma logística eficiente e a escolha de fornecedores confiáveis, principalmente em períodos de alta demanda, como safras, obras sazonais e atendimentos emergenciais.

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Fonte: Poder360 – https://news.valencioconsultoria.com.br/producao-de-combustiveis-volta-a-crescer-depois-da-pandemia