Desde os primórdios da civilização humana, utilizamos diversas fontes de energia para obter calor, iluminação, etc. A primeira delas foi a madeira. Depois passamos a utilizar gordura e o petróleo, já conhecido pela humanidade desde a antiguidade. Com diferentes necessidades, descobrimos diferentes fontes de energia e uma dela são os biocombustíveis. Afinal, qual o panorama dos biocombustíveis no Brasil?

Para aprofundar sobre o tema, fizemos este breve artigo para você. Aqui falaremos sobre o histórico do combustível no país e quais são os principais tipos de biocombustíveis na atualidade. Posteriormente, destacamos o futuro desse tipo de combustível. Continue lendo e confira!

Breve histórico do biocombustível no Brasil

Os biocombustíveis surgem como alternativa para a utilização de combustíveis fósseis, geralmente derivados do petróleo. Apesar de apresentarem potencial energético elevado, os combustíveis fósseis possuem alguns pontos negativos, sendo os principais a alta taxa de poluição que geral e o fato de que são esgotáveis. Um dia, seja daqui 50, 100 ou 200 anos, os combustíveis fósseis acabarão.

Desse modo, é necessário pensar em alternativas para que quando essa data chegue, já existam alternativas para que o mundo não entre em colapso. Afinal, utilizamos energia elétrica para quase tudo nos dias atuais, seja para iluminação pública ou privada, locomoção de automóveis, trens, aviões, para alimentar diversos equipamentos domésticos ou industriais, etc. É impossível imaginar, no contexto atual, um mundo sem energia.

Portanto, várias fontes alternativas de energia foram criadas: energia nuclear, energias renováveis (eólica, solar, etc.) e os bicombustíveis. Este tipo de combustível também é conhecido como agrocombustível, pois têm origem biológica e não fóssil. Além disso, sua matéria-prima é produzida em larga escala nos campos, utilizando a agricultura como pilar básico para a sua existência.

Os biocombustíveis podem ser produzidos a partir de uma ou mais plantas. Qualquer planta tem potencial para ser utilizada em um biocombustível, e a aplicação delas diverge de acordo com a produção de cada país, assim como o potencial energético encontrado para cada cultura nas pesquisas que são realizadas em diversos países.

O Brasil é um país de extensão continentais, cuja agricultura sempre foi um dos principais motores econômicos. Aliado a isso, tivemos ao longo da história recente, diversos episódios de instabilidade causadas por conta da nossa dependência por combustíveis fósseis. Portanto, desde a crise do petróleo em 1973, o país busca alternativas energéticas e uma delas se deu com o biocombustível.

Aliando necessidades com o potencial agrícola do país, diversos incentivos e pesquisas foram criadas para a criação de novos combustíveis capazes de substituir o petróleo. Atualmente, diversos desses combustíveis estão disponíveis e sendo aprimorados.

Principais tipos de biocombustíveis produzidos no Brasil

Destacaremos agora os principais tipos de biocombustíveis no Brasil: biodiesel, biogás, biometanol, bioetanol, biocombustíveis sintéticos, biohidrogênio e óleo vegetal puro.

Biodiesel

Este é o biocombustível mais produzido no país. O biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais retirados da soja, amendoim, etc. Além disso, é possível produzi-lo a partir da reação química de óleos, lipídios ou gorduras de origem vegetal ou animal. O óleo extraído de elementos vegetais é misturado ao metanol e depois a mistura é catalisada.

A soja é um alimento reconhecido em todo o mundo e o seu uso seja para a alimentação, seja para o uso como biodiesel tem crescido de forma exponencial. Por outro lado, outras culturas, como o amendoim, não são muito utilizadas. Este combustível substitui o óleo diesel utilizado em automóveis, tratores, caminhões e até mesmo em geradores de energia elétrica — que em grande parte são alimentados por óleo diesel.

Por fim, vale destacar que o biodiesel não é tóxico, tem o teor de lubrificação mais elevado, é seguro e contribui para a redução da emissão de poluentes na atmosfera, beneficiando o meio ambiente como um todo e a pureza do ar em nossas cidades.

Biogás

O biogás é um nome dado a uma mistura de gases obtida por meio da decomposição biológica de matéria orgânica. Para funcionar, essa decomposição deve ocorrer com ausência de oxigênio. Essa mistura é construída de gás carbono e gás metano, reduzidas quantidades de outros gases como o sulfídrico.

A mistura destes gases passa por um processo de purificação até que a qualidade do biogás atinja a pureza da de um gás natural. Esta fonte de energia renovável é obtida em aterros sanitária, pântanos, interno de animais, etc. Pelo problema crônico que apresentamos com a destinação do nosso lixo doméstico, essa alternativa é muito interessante para ser aproveitada nos lixões e aterros sanitários que temos em nossas cidades.

Biometanol

O biometanol nada mais é do que o metanol produzido a partir da biomassa. O biometanol é muito utilizado em indústrias e também pode ser utilizado na produção de plástico. Apresenta como característica o fato de ser bastante inflamável, o que pode torná-lo perigoso para certos usos.

Sua produção sofreu diversas críticas, pelo fato de ser muito inflamável, como citamos anteriormente, mas também por ser muito poluente — o que vai de encontro ao principal ponto positivo do biocombustível —, por produzir uma chama quase incolor, o que prejudica o combate ao incêndio e por ser prejudicial à saúde dos colaboradores que trabalham com esse material.

Contudo, nas últimas décadas, pesquisas avançaram e o biometanol se torna cada vez uma alternativa energética. A principal matéria-prima utilizada têm sido o eucalipto.

Bioetanol

O bioetanol é um dos biocombustíveis mais promissores no Brasil. Esse combustível ocorre com a extração do etanol de plantas como a cana-de-açúcar, milho e da celulose. No Brasil, a planta mais utilizada para gerar o bioetanol é a cana-de-açúcar, visto que essa planta é abundante em diversas zonas do nosso território.

O álcool é extraído de plantas há milhares de anos, mas o seu uso se restringia de forma quase exclusiva para fins recreativos. Só que o álcool também é energético. Para a produção do bioetanol, o álcool é extraído das plantas, mas não dos açúcares, como é como nos processos tradicionais, mas da celulose, obtendo assim maior potencial energético.

Biocombustíveis sintéticos

Este combustível consiste em hidrocarbonetos sintéticos produzidos a partir da biomassa orgânica. Seu uso ainda é limitado, mas pesquisas apontam para um futuro promissor na utilização desse combustível.

Biohidrogênio

Este combustível é desenvolvido a partir da biomassa ou fração biodegradável de resíduos. Assim como os biocombustíveis sintéticos, a sua utilização ainda é tímida, mas tem futuro promissor como combustível para ser utilizado nas próximas décadas em maior escala.

Óleo vegetal puro

Este combustível é utilizado retirando a gordura de plantas oleaginosas. O óleo é retirado, na grande maioria das vezes, das sementes, por meio de um processo químico ou físico. Pelo alto custo de produção, o óleo vegetal puro ainda é um biocombustível com produção e utilização tímida, mas que apresenta bastante potencial para crescimento futuro.

Qual o futuro do biocombustível?

Conforme falamos no começo deste artigo, a tendência é que as alternativas ao combustível fóssil sejam cada vez mais exploradas. E por ser um tipo de combustível com décadas de pesquisa, o biocombustível leva vantagem sobre muitas outras fontes alternativas de energia. Outro ponto positivo sobre o biocombustível é a sua versatilidade.

Há vários tipos de biocombustíveis existentes e eles podem ser produzidos de diversas formas, a partir de várias origens, seja animal ou vegetal. Por isso, é provável que já nas próximas décadas, ele ganhe cada vez mais destaque para a produção de energia elétrica, doméstica, ou mesmo possa ser utilizado como combustível para automóveis.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que cada vez mais surgem incentivos governamentais para a produção e uso desse tipo de combustível, uma vez que há interesse da sociedade em alcançar um desenvolvimento econômico mais sustentável, além de atender a demandas globais para preservação do meio ambiente.

Além dos incentivos governamentais, cresce a consciência ambiental e ecológica dos consumidores e das empresas em apresentar um produto que não agrida o meio ambiente. Por isso, cresce também o interesse privado em produzir combustível de qualidade, com pesquisas financiadas por empresas e instituições que não necessariamente têm alguma ligação com o governo.

Essas pesquisas apresentam como interesse tanto o fato de procurar por fontes de energia renováveis e menos poluentes, como encontrar fontes de energia que sejam viáveis de serem utilizadas, com potencial energético semelhante ao petróleo ou bastante satisfatório, de modo que o fator econômico também seja contemplado.

Afinal, de nada adianta utilizar um combustível em um automóvel ou indústria se o seu potencial energético é baixo e dá prejuízo ao cliente ou ao empresário. Além de agradar ao fator ambiental, os novos combustíveis precisam servir para o fator econômico — e as pesquisas evoluem para garantir esse sucesso.

Os biocombustíveis no Brasil têm futuro bastante promissor, pois temos uma biodiversidade muito rica e a nossa agricultura é pujante. Além disso, temos décadas de pesquisa na produção de energia por meio de plantas, especialmente a cana-de-açúcar. Por isso, em poucas décadas, podemos presenciar o aumento exponencial do uso desse combustível em nossas casas e bombas de combustível.

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