Até janeiro de 2012, os veículos com motor a diesel utilizavam o S500 como combustível. Os carros produzidos a partir do mesmo ano passaram a utilizar o diesel S10, que traz alguns benefícios, tanto para o veículo quanto para o meio ambiente. Porém, o diesel S10 acaba saindo um pouco mais caro.
Com o intuito de economizar, alguns motoristas acabam misturando o diesel S10 com o S500 em veículos produzidos a partir de janeiro de 2012. Será que essa prática é recomendável? Quais as consequências que isso pode trazer? Veja a seguir.
Diferenças entre S500 e S10
Quais são as diferenças práticas entre o diesel S500 e o S10? O diesel S500 tem esse nome porque ele possui 500 partes por milhão de enxofre, enquanto o S10 possui apenas 10 partes por milhão, ou seja, o S500 é mais poluente. Apesar disso, o diesel S500 tem um maior poder de lubrificação, então ele ainda é utilizado em motores mais antigos.
O diesel S10 possui um maior número de cetano. Enquanto o S500 apresenta um índice de 42, o diesel S10 possui 48. Na prática, isso se reflete na combustão interna e ignição do veículo: quanto maior o número de cetano, melhor o desempenho. Além disso, o diesel S500 possui uma coloração avermelhada justamente para que não seja vendido no lugar do S10, evitando fraudes.
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Consequências da mistura do S500 com S10
Agora nós podemos parar para pensar um pouco: se o diesel S500 só pode ser utilizado em motores fabricados antes de janeiro de 2012, ele não pode ser utilizado em veículos fabricados após essa data, devendo ser substituído pelo diesel S10. Isso vale também para a mistura. Misturar ou utilizar o S500 em veículos que devem ter o S10 pode acarretar crime ambiental, em caso de identificação e abordagem, segundo a legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), sujeito a pena de um a quatro anos de reclusão.
Os danos causados à durabilidade do motor também podem ser grandes, como atraso na combustão interna e ignição, por conta do baixo número de cetano do diesel S500. A grande quantidade de enxofre presente no diesel S500 acarreta também danos ao catalisador, que podem ter os filtros entupidos, por conta da borra produzida, levando a paralisação do sistema.
O enxofre, presente em grande quantidade no diesel S500, quando em contato com a água e o calor, pode acabar formando ácido sulfúrico em motores com EGR (Recirculação dos Gases de Escape). O ácido sulfúrico poderá corroer os componentes internos do motor, por isso a mistura do S500 com o S10 não é recomendada.
Além de todos os danos ao motor, a quantidade de enxofre do diesel S500 é bem grande, então o seu impacto ambiental é muito maior. Misturá-lo ao diesel S10 aumenta muito a liberação de partículas poluentes no meio-ambiente, prejudicando a qualidade do ar.
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Outras misturas: biodiesel, gasolina e etanol
Vale também reforçar outras possibilidades de mistura de combustível e se elas são recomendáveis ou não.
Por exemplo, será que é uma boa ideia misturar diesel com gasolina? A resposta também é não! Quando se faz isso, o diesel não passará pela combustão completa e é provável que uma fumaça estranha sairá pelo escapamento.
Além disso, as velas de ignição podem se sujar e causar a parada total do motor. Quem explica o assunto é Fernando Lang, professor de Física da UFRGS.
A mesma recomendação vale para o etanol: a mistura tende a danificar o motor e causar um grande prejuízo – independentemente da quantidade de diesel inserida!
Se por algum motivo você fazer alguma dessas misturas no seu automóvel, o mais recomendável é chamar um guincho e levar imediatamente para a oficina.
Já a mistura de biodiesel no diesel não é apenas possível, como também é obrigatória por lei. Desde março de 2018, o percentual mínimo de biodiesel adicionado ao diesel vendido ao consumidor final é de 10%.
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