A Fórmula 1 está acelerando sua agenda de sustentabilidade com metas ambiciosas de neutralidade carbônica até 2030. A partir de 2026, todas as equipes deverão usar combustíveis 100% sustentáveis, substituindo gradualmente os derivados de petróleo por opções com menor impacto ambiental.

Combustível sintético: alternativa limpa ao diesel

O novo combustível desenvolvido para a Fórmula 1 representa um avanço significativo na transição energética. Ele combina carbono capturado do ar com hidrogênio extraído da água, por meio de eletrólise realizada com energia renovável.

Como resultado, obtém-se um hidrocarboneto sintético, quimicamente compatível com motores a combustão, mas sem origem fóssil — o que reduz drasticamente a pegada de carbono.

Entre as empresas pioneiras nesse segmento está a Zero Petroleum, que já produz esse tipo de combustível para aplicações em aviação e também como substituto do diesel.

No entanto, apesar do potencial sustentável, o custo ainda é um desafio: o valor atual é cerca de quatro vezes mais alto que a gasolina comum.

➡️ Ainda assim, especialistas apontam que, com escala e inovação tecnológica, os preços devem cair nos próximos anos — o que pode tornar os combustíveis sintéticos uma solução viável para frotas e operações que dependem de diesel.

Tecnologia verde ainda enfrenta desafios

Embora exista grande expectativa de redução nos custos, a produção de hidrogênio verde por meio da eletrólise ainda apresenta desafios. Isso porque o processo é caro e altamente dependente de grandes volumes de energia renovável.

De acordo com dados de 2023, o preço médio do quilo de hidrogênio verde era de US$ 6,40, enquanto o hidrogênio cinza — produzido a partir de fontes fósseis — custava US$ 2,14.

Ainda assim, especialistas projetam que a paridade de preços entre as duas fontes deve ocorrer até o final da década, à medida que a tecnologia avança e os investimentos em energia limpa aumentam.

Fórmula 1 testa soluções sustentáveis

O fundador da Zero, Paddy Lowe, aposta que combustíveis sintéticos dominarão o mercado nas próximas décadas. Ele destaca que a Fórmula 1 tem papel fundamental no desenvolvimento e divulgação dessas tecnologias.

Atualmente, os carros da categoria usam 10% de etanol. A Fórmula 2 e 3 já rodam com uma mistura de 55% de combustível renovável desde 2023.

Barreiras para eletrificação completa da F1

Apesar do avanço dos carros elétricos em outras modalidades, a Fórmula 1 ainda enfrenta obstáculos para uma transição total.

Em primeiro lugar, a Fórmula E detém os direitos exclusivos das competições com monopostos 100% elétricos até 2039. Isso limita legalmente qualquer movimento da F1 nesse sentido.

Além disso, as longas distâncias percorridas durante as corridas tornam inviável, pelo menos por enquanto, o uso exclusivo de baterias.

Por fim, a experiência sensorial dos fãs também pesa: o som dos motores a combustão ainda é considerado um dos elementos icônicos da Fórmula 1 — e a eletrificação total poderia comprometer essa característica tão valorizada.

Emissões da F1: maior parte é logística

Curiosamente, o combustível utilizado pelos carros responde por menos de 1% das emissões totais da F1. O maior vilão é a logística: transporte de carros, equipamentos e estruturas representa quase metade da pegada de carbono.

Para mitigar esse impacto, a categoria tem investido em biocombustíveis, frotas mais eficientes e frete marítimo. A emissão total caiu 13% entre 2018 e 2022, mas ainda está distante da meta de redução de 50% até 2030.

Oportunidades para o mercado de diesel verde

Com a alta visibilidade da Fórmula 1, a tendência é que tecnologias sustentáveis ganhem espaço também no transporte pesado e indústrias. Empresas como a Carboroil estão prontas para apoiar essa transição com soluções em diesel renovável, atendimento 24h e consultoria técnica.

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Fonte: CNN Brasil – https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/formula-1-esta-perdendo-a-corrida-para-o-net-zero/