O preço do diesel sempre está nas manchetes. Entenda o porquê da variação de preço desse combustível.

O preço dos combustíveis é uma pauta de discussão diária na vida do brasileiro. A variação dos preços do diesel e da gasolina afetam diretamente as famílias brasileiras e os distribuidores, tendo como consequência um alto impacto na economia do país. Não é à toa que em 2018, a alta dos preços desses derivados do petróleo foi a grande causa da greve dos caminhoneiros, que teve repercussão nacional.

Em 2019, de acordo com a ANP, os preços da gasolina e do diesel seguem uma tendência de aumento. Em janeiro deste ano, o preço médio do litro de diesel na revenda estava em R$ 3,43, chegou a R$ 3,64, valor máximo do primeiro semestre, em maio e fechou julho em R$ 3,54.

Mas por que o preço desse combustível varia tanto? Vamos explicar melhor esse assunto nos próximos tópicos. Antes de responder essa pergunta, precisamos entender como se forma o preço do diesel.

Como se calcula o preço do diesel

Vários fatores são considerados na hora de precificar o diesel. 

Em primeiro lugar, tem-se o preço que a Petrobrás cobra para vender o combustível que acabou de sair das refinarias. Nesse valor, são pesados os custos de produção (que inclui os processos de extração e refinamento de petróleo, por exemplo), as cotações internacionais deste produto, os custos que os importadores teriam caso decidissem trazer o diesel de fora ao invés de comprar internamente, e, por último, os lucros da Petrobrás. 

Em segundo, é preciso considerar que os combustíveis vendidos ao consumidor final são diferentes daqueles adquiridos pelas distribuidoras. O diesel comprado da Petrobrás não contém adição de biodiesel e etanol: quem faz essa mistura são as distribuidoras. Portanto, nessa segunda etapa é preciso adicionar os custos que essas empresas possuem com esse processo.

Por último, são somados os diversos impostos e os custos relacionados à comercialização. Os postos adquirem das distribuidoras o combustível já misturado e definem os preços de acordo com o valor da compra e das médias nacionais do mercado. A margem de lucro também entra nessa conta.

Entendendo as variações no preço do diesel

Nos últimos anos o Brasil passou por uma mudança na política de preço dos combustíveis. Até 2016, a Petrobras exercia certo controle sobre o preço cobrado por litro de combustível no país. O governo repassava internamente as variações dos preços internacionais de forma defasada, como ferramenta para tentar conter a inflação.

Esse cenário trouxe imensos prejuízos financeiros para o caixa estatal, sendo responsável em grande parte pelo endividamento bilionário da Petrobras. Em outubro de 2016, a companhia tomou a decisão de alterar a política de preços. Foi determinado que o valor dos combustíveis no país seriam determinados pelo preço do barril de petróleo no mercado internacional.

Mas por que essa política gera tanta oscilação de preço?

A resposta se dá por dois motivos. Primeiramente, o valor do diesel que sai das refinarias depende diretamente do preço do dólar. Em segundo lugar, depende do preço do petróleo

O problema é que os preços desses fatores são extremamente dinâmicos, e estão interconectados a diversos fatores políticos e econômicos mundiais. Qualquer alteração no cenário de um país ou nas relações entre países pode ser sentida na mudança dos valores do dólar e do petróleo, que se refletem na alta ou baixa do preço dos combustíveis. 

As consequências da nova política de preços

A nova política de preços adotada pela Petrobrás tem como objetivo principal deixar os preços da estatal mais competitivos no mercado internacional. No entanto, ao abrir mão de boa parte do controle que antes o governo tinha sobre o valor do diesel, várias consequências surgiram.

A mais óbvia delas é a que todos os brasileiros que possuem veículos sentem ou já sentiram: o aumento, quase consecutivo, do preço do combustível. Isso implica na maior dificuldade de abastecimento, o que pode ocasionar uma baixa nas atividades de postos, além de afetar diretamente nichos de mercado que atuam com o transporte (como transportadoras e táxis).

Mas uma outra grande consequência é o prejuízo das distribuidoras de pequeno e médio porte. Frente à alta de preços, esses negócios sofrem para manter seu preço competitivo e sua margem de lucro em um nível aceitável. Além disso, como as variações ocorrem de forma muito dinâmica, tem-se também uma grande dificuldade de gestão de fluxo de caixa.

Os postos, por sua vez, precisam ter cuidado redobrado no seu planejamento financeiro. Isso porque as tendências de baixa de preço costumam ser passadas adiante de forma mais lenta do que as tendências de alta. 

Prestar atenção nos preços praticados pelas grandes distribuidoras e se está havendo os repasses adequados se torna ainda mais fundamental no contexto atual.

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