Risco no abastecimento de diesel no Brasil

A nova política de preços da Petrobras, embora ofereça vantagens competitivas no curto prazo, já começa a levantar preocupações entre os agentes do setor de combustíveis.

Ao mesmo tempo, distribuidoras independentes relatam dificuldades crescentes para importar diesel, o que pode resultar em restrições no abastecimento em diferentes regiões do país.

Como consequência, o cenário gera impactos diretos para transportadoras, indústrias e empresas que dependem de um fornecimento constante, seguro e previsível de combustível para manter suas operações em pleno funcionamento.

Política de preços trava importações de diesel

Atualmente, a defasagem entre os preços da Petrobras e os valores praticados no mercado internacional chega a 28%. Dessa forma, a importação torna-se inviável para distribuidores de pequeno e médio porte.

Como consequência, diversas distribuidoras passaram a restringir os pedidos de diesel S10, principalmente para varejistas de bandeira branca e TRRs (Transportadores-Revendedores-Retalhistas).

Além disso, a Vibra, antiga BR Distribuidora, informou em julho que adotaria cotas mensais de fornecimento e bloqueios a pedidos adicionais. Essa decisão, por sua vez, já impacta o abastecimento em diversos estados.

Estados já enfrentam restrições no S10 e S500

Segundo a consultoria Posto Seguro, há restrições no diesel S10 em pelo menos 14 estados, incluindo Pará, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

Já o diesel S500, mais utilizado em veículos antigos e máquinas agrícolas, está mais escasso em regiões como Rondônia e Bahia.

Caminhoneiros relatam alta nos preços e falta pontual

Motoristas relatam dificuldades para encontrar diesel S10 em regiões como Catalão (GO). A alta de até R$ 0,40 no litro levanta suspeitas de pressão por reajustes.

Importadores reduzem operações no Brasil

A Nimofast, uma das maiores importadoras de diesel em 2023, cortou em quase 50% o número de cargas mensais desde maio.

Com o diesel nacional mais barato, as cargas russas e americanas perderam competitividade. Ainda assim, a empresa prevê aumento nas importações entre outubro e fevereiro, durante o período de safra.

Sem cota, distribuidoras buscam Petrobras

Sem volume próprio importado e sem cota de fornecimento estabelecida, distribuidoras menores recorrem à Petrobras. No entanto, nem sempre há volume disponível para atender a pedidos fora do planejamento.

Essa situação repete o que foi visto em 2022, quando a política de represamento de preços visava conter a inflação às vésperas das eleições.

Demanda inesperada pressiona grandes distribuidoras

Distribuidoras como Vibra, Raízen e Ipiranga já operam no limite da capacidade contratada. Demandas emergenciais de novos clientes, antes abastecidos por importadores, podem não ser atendidas no mercado spot.

Apesar disso, ainda não há risco generalizado de desabastecimento — mas sim dificuldades pontuais de fornecimento.

Diesel da Petrobras segue mais barato que o internacional

De acordo com a Abicom, o diesel brasileiro está 23% mais barato que o preço internacional. Nas refinarias da Petrobras, essa diferença sobe para 28%, o que poderia gerar aumento de até R$ 1,14 por litro se fosse reajustado.

Janela de importação está praticamente fechada

Especialistas alertam que, com a nova política comercial da Petrobras, a paridade internacional deixou de ser referência. Isso limita o interesse de importadores e compromete o equilíbrio da cadeia.

Hoje, entre 20% e 25% do diesel consumido no país vem do exterior. Se as importações cessarem, o risco de escassez aumenta — especialmente em momentos críticos, como colheitas e picos logísticos.


Petrobras nega risco de desabastecimento

O diretor de Logística da Petrobras, Claudio Schlosser, afirmou que o abastecimento de diesel S10 segue normal e que os volumes de agosto já estão fechados.

Segundo ele, a nova estratégia de preços dá mais flexibilidade à empresa, mesmo diante da volatilidade internacional. Os reajustes, quando necessários, serão feitos conforme os parâmetros da nova política.


O que esperar nos próximos meses?

Especialistas indicam que a oferta de diesel pode ser pressionada durante a colheita de trigo e milho, entre setembro e novembro.

Embora não se espere um desabastecimento generalizado, dificuldades localizadas são consideradas prováveis, especialmente entre empresas sem contratos fixos.


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Fonte: Estadão – https://www.estadao.com.br/economia/negocios/defasagem-preco-combustiveis-diesel